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Como Fazer Crescer o Seu Dinheiro ao Longo da Vida de Pedro Barata, Resumo do Livro - As minhas notas

Como Fazer Crescer o Dinheiro de Pedro Barata

Artigo atualizado a 18/05/2019.

Em Como Fazer Crescer o Dinheiro ao Longo da Vida, Pedro Barata descreve os princípios fundamentais da gestão de finanças pessoais. É desmistificada a ideia de que o investimento é só reservado aos clientes institucionais ou a quem tem grandes conhecimentos financeiros, sendo que cada um pode cuidar do seu futuro se souber algumas regras essenciais.

Pessoalmente gostei muito do livro, pois encontra-se bem estruturado e de leitura fácil escrito por um autor português, o que não é habitual nos melhores livros nesta temática. De seguida faço um resumo do livro incluindo as notas que considero mais relevantes.

Conceitos básicos do processo de investimento

Para ter sucesso no investimento das suas poupanças não tem de ser especialmente dotado, mas precisa de cumprir quatro pontos essenciais.

Ter um objetivo

Um objetivo tem de ter um prazo e ser quantificado, referindo o autor que um objetivo sem um prazo é apenas um sonho.

Delinear uma estratégia para o atingir

A primeira coisa a saber passa por conseguir ajustar o seu portefólio de investimentos ao horizonte temporal do propósito que pretende atingir. Se tem um objetivo mais imediato, deve privilegiar produtos financeiros menos voláteis e de mais curto prazo. Se tem um objetivo de longo prazo, deter uma elevada parcela do seu património em depósitos ou produtos semelhantes, com rentabilidades reduzidas e muitas vezes inferiores à taxa de inflação, é o mesmo que atar o seu portefólio a uma âncora.

A diversificação tem um papel importante na redução do risco do investimento. Um bom investimento define-se na altura da compra não se devendo precipitar e esperar que o mercado esteja a seu favor para comprar os ativos que pretende, ao melhor preço. As estratégias não se querem estáticas, mas em contante evolução.

A grande maioria dos investidores passa uma vida a tentar descobrir a ações “vencedoras” no mercado. Na realidade, a arte na gestão de ativos reside em evitar as ações “perdedoras”. O ato de eliminar os ativos que não terão hipótese de valorizar e distribuir esse dinheiro pelas empresas vencedoras fará que esteja no caminho certo para o sucesso.

Se uma estratégia não está a resultar de todo, tem de analisar muito bem a situação e perceber se esse facto se deve a uma alteração estrutural do mercado que implique alterações de base nas suas premissas, ou se, pelo contrário, se deve à volatilidades normal do mercado, que por vezes se torna mais violenta do que é desejável, mas que, no fundamental, nada altera.

Ser disciplinado na execução dessa estratégia

É importante perceber que o processo de investimento não termina na altura em que compra os ativos para a sua carteira. Depois de os comprar, deve vigiar de perto a sua evolução, verificando se as premissas que o levaram a escolher esses ativos ainda se mantêm válidas ao longo do tempo.

Ter tempo e paciência

Quando se salienta a importância do fator tempo no resultado do investimento, está a relevar-se não só o poder de capitalização, mas também o facto de ser necessário investir o dinheiro ao longo do tempo e não todo de uma só vez. Se um investidor conseguisse adivinhar qual o melhor preço para comprar determinado ativo, com certeza que investiria tudo de uma só vez nessa altura. Acertar em mínimos de mercado é, porém extremamente difícil e, por isso, raro.

O tempo tende a alisar o preço médio do investimento e elimina o risco de comprar toda a posição num momento de euforia do mercado. O autor refere porém, que esta premissa não é infalível. Antes de investir deve perceber bem se a empresa em que vai investir é da sua confiança. Depois, deve verificar regularmente se os fatores que o levaram a investir no início se vão mantendo ao longo do tempo. Esta vigilância não tem de ser diária, uma análise mensal ou mesmo trimestral poderá ser suficiente.

Em que ativos investir?

Com ativos como ações, obrigações, fundos de investimento e imobiliário, consegue perfeitamente alcançar o seu objetivo, sem precisar de investir em produtos mais completos de difícil compreensão.

Ações

De uma forma simples, pode-se dizer que uma ação é a menor parcela do capital social de uma empresa. A estatística mostra-nos que, num investimento de longo prazo, esta é uma classe de ativos que deve ser tida em linha de conta e quanto maior for o horizonte temporal maior deve ser o seu peso na sai carteira de investimento.

Segundo Graham, o investimento em ações deve ser baseado numa análise profunda das empresas e o investidor deve ter como objetivo principal não apenas preservar o capital investido, mas também conseguir uma boa rentabilidade no futuro. Normalmente, um investidor mais informado recorre à análise fundamental para decidir o que comprar e à análise técnica para decidir quando comprar.

Obrigações

Uma obrigação é um título que representa um empréstimo feito por um investidor a uma empresa ou a uma entidade governamental. Quando o investidor investe neste tipo de ativos deve ter em linha de contra três tipos de risco.

O risco de crédito que está diretamente relacionado com as contas da empresa ou do país no caso da dívida pública.

O risco de taxa de juro que resulta, para uma carteira de investimento ou para uma empresa, de uma variação desfavorável das taxas de juro. De um modo geral, a incerteza sobre o pagamento de um empréstimos obrigacionista emitido por uma empresa diminui à medida que se vai aproximando da sua data de reembolso – no curto prazo, é mais fácil para o investidor perceber com algum grau de certeza se a saúde financeira de uma empresa é suficiente para honrar os seus compromissos com os obrigacionistas.

O risco de falta de liquidez quando um investidor tem de vender a desconto uma obrigação se necessitar de liquidez antes da sua maturidade.

Fundos de investimento

Os fundos de investimento são portefólios diversificados, geridos por profissionais, que cobram uma comissão de gestão por esse trabalho. Os interessados, designados por participantes, compram unidades de participação desse fundo e têm lucros ou prejuízos consoante os ganhos ou perdas dos ativos que compõem o fundo.

Neste tipo de fundos incluem-se os Exchange Traded Funds (ETFs) que são um tipo de fundo aberto, composto por uma carteira de títulos que pretende replicar um índice de referência, tenho como objetivo obter uma rentabilidade desse índice.

Imobiliário

O investimento em imobiliário tem algumas diferenças do mercado mobiliário (ações e obrigações), tratando-se de um investimento que requer mais capital  e é menos liquido. Se optar por este tipo de investimento deve ter um plano de ação e definir o que espera conseguir do imóvel que adquiriu.

Vai comprar para vender de seguida, ou vai comprar para arrendar? Pretende um imóvel novo ou pretende um imóvel a necessitar de melhoramentos e por isso mais barato? Necessita de recorrer a empréstimo bancário ou tem possibilidades de pagar a pronto? Deve ainda ter atenção à localização, ao preço e aos custos escondidos.

A capitalização dos rendimentos

Quanto mais cedo começar a poupar e a capitalizar, mais a sua poupança deverá ganhar no futuro. É importante que fique claro que nunca é tarde para começar a poupar e a investir a sua poupança.

A experiência tem mostrado que, a menos que seja um investidor profissional, dificilmente conseguirá melhores resultados no longo prazo com uma estratégia baseada em entradas e saídas constantes do mercado do que com uma estratégia de investimento baseada na capitalização e no reinvestimento dos rendimentos.

Investir segundo o ciclo de vida

Sobre como investir as poupanças para a reforma existem diversas teorias. A mais comum é a que defende que o investidor deve alocar ao mercado obrigacionista uma percentagem dos ativos que reflita a sua idade.

Nas alturas em que as economias de determinados países se deparam com taxas de inflação galopantes não sendo possível rentabilizar os investimentos com taxas que superem taxas de inflação tão elevadas, o consumo imediato é sempre preferível à poupança para o futuro.

Lidar com o risco

De acordo com William Sharpe, existem dois tipos de risco: o risco sistémico, também designado por risco de mercado e o risco não sistémico, ou risco específico.

Risco sistémico

O risco sistémico reflete o comportamento da ação face ao comportamento do mercado e contra ele há pouco a fazer. Alterações nas taxas de fiscalidade, alterações nas taxas de juro, aumento ou descida da taxa de inflação, são exemplos de fatores que contribuem para o risco sistémico que influenciam o mercado e que o investidor dificilmente tem meios para conseguir controlar.

Risco não sistémico

O risco não sistémico ou específico está relacionado com o emitente em sim e não com o mercado. Este tipo de risco advém da própria atividade da empresa e da indústria em que a mesma está inserida. Alterações na empresa, na equipa de gestão, novos produtos ou conquista de novos mercados, podem ter um impacto na cotação da empresa.

Os analistas financeiros tendem ainda a subdividir o risco não sistémico em duas subcategorias: o risco do negócio (chegada de um novo concorrente; greves; más decisões de gestão; alteração no mix de produtos ou da qualidade do serviço ou produto, etc.) e o risco financeiro (grandes alterações na estrutura de capital; aumento da dívida para fins menos claros ou para vantagem dos gestões de topo e não da empresa em si, etc.)

Sharpe conclui num estudo que o retorno de uma carteira de investimento depende entre 80% e 90% da sua exposição ao mercado, ou seja, do risco sistémico, sendo este, por isso, responsável por grande parte do risco total de uma carteira e muito dificilmente evitável. Os restantes 10% a 20% resultam da escolha dos títulos que compões a carteira e o seu risco pode ser bastante reduzido através de uma diversificação adequada.

Se o horizonte temporal do seu investimento for a longo prazo, não deve entrar em pânico com um aumento da volatilidade no curto prazo. Muitas vezes este aumento de volatilidade pode dar ao investidor a possibilidade de comprar ativos a preços bastante atrativos e com elevado potencial de valorização no futuro.

Como investir diretamente nos mercados

A primeira regra é privilegiar o investimento em empresas de topo. A cotação de uma empresa no mercado tende a refletir os resultados da mesma que inclui o crescimento do negócio, os lucros crescentes e a política de remuneração crescente ao acionista. A grande questão que se deve colocar é a seguinte: será que estas empresas, que lideram hoje, manterão a sua liderança amanhã?

A segunda regra baseia-se na atenção que deve ter em relação ao preço de compra de uma ação. Depois de escolher o ativo que quer comprar, defina a sua estratégia de compra. A variação do preço de uma ação pode ser superior a 30% ao longo de um ano. Aproveite a baixa dos preços para comprar/reforçar as suas posições.

A terceira regra está relacionada com a necessidade de não ceder à volatilidade dos preços no curto prazo. O preço de uma ação no mercado tende normalmente a ser mais volátil do que o próprio negócio da empresa em causa.

Quando vender uma ação que está a subir?

Deve reanalisar a estratégia que definiu na altura em que que fez o investimento. Uma vez alcançado o preço que tinha definido como preço de saída deve voltar a analisar os pressupostos que o fizeram decidir comprar e verificar se se mantêm. Este processo pode durar infinitamente e o investidor pode nunca sentir a necessidade de vender a sua posição.

O investidor deve perceber que se não houver mudanças na gestão, se o aumento da dimensão da empresa não a tornou menos eficiente, se não surgiram novos produtos ou concorrentes no mercado que possam pôr em perigo a sua posição, ou, se pura e simplesmente, não aparece uma melhor opção para plicar o seu dinheiro. Se nada disto acontecer Philip Fisher defende que o investidor deve manter o seu ativo em carteira.

Espero que tenha gostado de ler este artigo com o resumo e as minhas notas do livro Como Fazer Crescer o Seu Dinheiro ao Longo da Vida de Pedro Barata.

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