Coronavírus: Mitigar o Risco Com o Teletrabalho
A pandemia do coronavirus ainda está agora a começar. Muitas organizações e empresas já fecharam os serviços ao público. Outras começam agora a colocar alguns trabalhadores em teletrabalho nos serviços considerados não essenciais.
Mas a medida do trabalho remoto tarda a ser implementada. Até ao momento, as entidades competentes só pensaram em enviar para teletrabalho pessoas com crianças menores de 12 anos, e isto porque as escolas fecham.
Mas quanto ao resto da população? Porque não dar a possibilidade a todos os outros que consigam trabalhar remotamente? Não colocando desta forma em risco o próprio e todos os outros com o qual entram um contacto?
Deparando-me com está situação, contactei um superior hierarquico dentro da minha organização, explicando a minha preocupação, e se iam ser tomadas medidas para os trabalhadores poderem trabalhar à distância.
A resposta foi de total desresponsabilização e ignorância. Remeteu o assunto para um grupo de trabalho criado para o efeito, e informou que eu e os meus colegas podíamos fazer teletrabalho com exceção das reuniões de projeto.
Fiquei astonico com a última informação. Em que século estamos para as reuniões de projeto terem de ser obrigatoriamente presenciais? Como é possível existir tamanha ignorância em pessoas em certos cargos de chefia?
Ainda considerei preparar um e-mail ao cuidado da hierarquia máxima da organização, expondo as minhas preocupações, e fazendo uma proposta com as condições de teletrabalho. No final desisti, ficando sozinho com a minha indignação.
Segunda-feira regressarei ao serviço, esperando pelo melhor, mas sem estar preparado para o pior, ao contrário do que o primeiro ministro dizia na passada quinta-feira em direto na televisão portuguesa.
A partir de agora, os casos de infectados irão multiplicar-se. Veja-se o que está a acontecer na vizinha Espanha, para não falar de Itália. Com este comportamento negligente dos cargos dirigentes, e porque trabalho numa grande organização, já não se trata de saber se alguém irá ser infectado internamente, mas quando irá ser infectado, e quem será o paciente zero, que possivelmente poderia ser evitado com medidas mais rigorosas.