Incompetência Seletiva
Não são os mais competentes que são promovidos ou chegam mais longe, mas sim os mais espertos e que sabem exercer as leis do poder e influência para atingir os seus objetivos.
A competência acaba por ser um obstáculo na subida da escada corporativa. A solução é o que chamo de incompetência seletiva.
As pessoas no geral têm receio da mudança, e os dirigentes das nossas organizações não são imunes a esta característica humana. Se demonstrar muita competência em determinada área técnica, muito dificilmente alguém o irá promover porque em “equipa vencedora não se mexe”.
Ao demonstrar muita competência, os seus superiores também poderão considerar que uma promoção poderá dar-lhe mais visibilidade. Isto pode ser visto como uma ameaça, não possa alguém pensar que algum dia irá substitui-la.
Se for muito bom naquilo que faz, as pessoas continuarão a dar-lhe mais trabalho pois sabem que irá resolver. Isto tem um efeito bola de neve, com cada vez mais serviço.
Ao manter-se ocupado a ser o melhor tecnicamente naquilo que faz, irá perder a visão global sobre a envolvência da sua organização e também fora, não tendo acesso às melhores oportunidades profissionais que advém do contacto direto com os elementos decisores. Não conseguirá desenvolver outras atividades que podem fazer a diferença na sua carreira, como o networking e a promoção pessoal.
A incompetência seletiva não significa que deixemos de ser competentes, até porque incorríamos no risco do despedimento. Aqui, o equilíbrio é essencial, manter as atividades essenciais para a entidade patronal não ter nada a apontar, e ao mesmo tempo não representar uma ameaça às chefias.
Com o tempo que ganha sendo um incompetente seletivo, poderá desenvolver uma estratégia para chegar mais longe, nunca se sabe quando poderá ter sorte. Afinal existe sempre outra pessoa que poderá ocupar o seu antigo lugar fazendo igual ou melhor o seu trabalho.